Francesco Bellei (37 anos) com sua esposa, Zaira Maini (33 anos) e os filhos, Dante (10 anos), Armando (7 anos), Barbara (5 anos), Luigi (3 anos) e Antonio (1 ano), embarcaram no Porto de Gênova (Itália)...
Vários integrantes da família Bellei chegaram ao Brasil no final do século XIX e início do século XX, estabelecendo, primeiramente, nos Estados de Minas Gerais e São Paulo e depois, espalhando pelo Brasil.
Os imigrantes vinham em navios superlotados, em condições precárias. Muitos não resistiam nessa travessia, que em média, durava cerca de 25 dias. Os principais portos de embarque na Itália foram Gênova e Nápoles, e no Brasil, os desembarques eram feitos no Rio de Janeiro, Vitória e principalmente, Santos.
A partir de 1825 o mundo começou a passar por um até então inédito movimento de deslocação em massa de populações de um lado a outro do globo. É a imigração maciça de grupos e indivíduos que deixam suas pátrias em busca de melhores condições de vida em terras estranhas. Estima-se que, da segunda metade do século XIX até as vésperas da Primeira Guerra Mundial, deflagrada em 1914, cerca de sessenta milhões de pessoas se engajaram nesse processo de transferência populacional. Esse êxodo envolvia pelo menos três continentes: Europa, Ásia e América.
Estatísticas nem sempre exatas indicam que, nesse mesmo período, o Brasil teria recebido aproximadamente cinco milhões de imigrantes de diferentes nacionalidades, 30% desse total, ou seja, um milhão e meio de pessoas, eram italianos, vindos de várias regiões da Itália.
Há indiscutivelmente nesses números sinais indisfarçáveis de preferência na aceitação do italiano como imigrante. Esse sinal claro é resultado de duas ordens de fatores. Uma delas, derivada das condições adversas, políticas e econômicas, pelas quais passava a Itália nessa fase da história, estimulando de múltiplas maneiras grupos e indivíduos a abandonar o país. A outra está ligada não apenas à conjuntura política e econômica que marcava a vida brasileira no final do século passado, mas também a um aspecto ideológico: o imigrante italiano era europeu e branco, latino e católico-romano, o que o tornava compatível com a sociedade e a cultura brasileiras que se desejava implantar.
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